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Sua carreira e a auto-estima

Posted: 14 de maio de 2008 às 8:11 pm   /   by   /   comments (0)

Por Silvio Celestino*

Poucas metáforas refletem tão bem a auto-estima quanto a comparação dela com a capacidade das carpas de adaptarem-se ao seu ambiente. A carpa japonesa (Koi) se colocada em um tanque de pequenas dimensões irá crescer até um máximo de 5 a 7 centímetros. Em um lago seu tamanho pode ser três vezes maior. É a mesma carpa, apenas em ambientes diferentes.

Como esta capacidade se apresenta em nós? Se para o artista e a maioria das pessoas as emoções são o irracional dentro deles a ser dominado, em nossas carreiras acrescentam-se os pensamentos menores que nos impõem grandes barreiras. Como parte das emoções deriva deles então saber escolhê-los é um exercício relevante para a vida profissional.

Contudo, no ocidente fazemos pouca ou nenhuma meditação. Momentos de introspecção, quietude e contemplação também são raros. Por esta razão temos a tendência de termos uma mente inquieta que por vezes nos perturba profundamente. São estes pensamentos perturbadores os principais limites para nosso desenvolvimento. Eles criam nossos pequenos tanques, nos encolhem e nos mantêm menores do que somos capazes de ser.

Observamos que grande parte das pessoas se mete em encrencas simplesmente devido a escolhas infelizes. E elas derivam do seguinte pensamento: “eu não tenho escolha”. Se você pensa sempre do mesmo jeito é pouco provável que veja outras possibilidades para si e sua carreira.

Carreira esta que se assemelha muito aos veleiros da época das grandes navegações. Um emaranhado de velas, mastros, cheio de gente, instrumentos complexos de navegação que demandam conhecimento e perícia. Acima de tudo quem o dirige tem de saber prever os ventos, as marés e o clima e agir antes se quiser que a embarcação vire na direção desejada no momento apropriado. E às vezes todas as previsões, experiência e perícia falham: imprevistos acontecem!

Por vezes nos preparamos para uma posição e ela nos é tomada por um concorrente desleal, mas amigo do chefe. Em outros casos lideramos uma empresa que vai muito bem, mas o mercado vira inesperadamente e o prejuízo nos atinge, às vezes nos leva à falência. Também pode ocorrer a doença nossa ou em alguém da família, e até mesmo a morte de um ente querido. Tudo isto são eventos da vida que interferem em nossa carreira.

Por mais difícil que seja a situação que você tenha de enfrentar a auto-estima desempenha um papel importante para suplantá-la. Entretanto, mesmo o desenvolvimento dela requer uma escolha inicial: querer ajudar-se. A única pessoa que não pode ser ajudada é aquela que não deseja sê-lo. Portanto, quer leia ou escute mensagens animadoras, se você não estiver a fim de sair do imbróglio em que se meteu é livre para não fazê-lo.

Sob o ponto de vista do processo de coaching – para quem não está acostumado com o termo é o processo de desenvolvimento de competências de liderança e de desenvolvimento humano – a auto-estima de uma pessoa é obtida de forma muito simples: é o tempo que ela investe em suas qualidades menos o tempo que gasta falando de seus defeitos.

Portanto, o segredo da auto-estima está nas palavras que pronuncia para si e que permite que outros o façam. Se quiser realmente ter auto-estima elevada primeiro ouça-se e veja o quanto de seus pensamentos são focados em seus defeitos.

Saiba que nenhuma empresa contrata alguém por causa deles e, no entanto, perdemos um tempo enorme acreditando que nos aprimorar significa eliminar nossos defeitos. Somos humanos e, portanto é perfeito ser imperfeito. Nosso valor está em nossas qualidades: pensar nelas e como expandi-las é uma boa forma de elevarmos nosso padrão – se possível para atingirmos a classe internacional naquilo que fazemos.

Se nossa auto-estima é diminuída pelo tempo que ficamos pensando a respeito de nossos defeitos, afaste-se daqueles que colocam uma lupa neles e o fazem pensar que você pode ser descrito por eles. Você não é seus defeitos. É verdade que tem de evoluir sempre, mas veja isto como um processo da vida e não como conseqüência de um julgamento exagerado de si mesmo ou de outras pessoas a seu respeito. Tão errado quanto dizer “eu sou assim”, é achar que criará a energia necessária para evoluir dizendo coisas ruins sobre si.

A auto-estima é a energia necessária para esta evolução. Seja você mesmo sua fonte de auto-estima, mais que isto, ajude aos demais a descobrir e desenvolver suas capacidades. Transforme-se em um oceano de coragem para si e para aqueles que o cercam.

*Silvio Celestino é Coach de executivos, autor do livro “Conversa de Elevador – Uma Fórmula de Sucesso para Sua Carreira”, mais informações no site www.elevo.com.br