Trabalho Remoto, você está preparado?

* Por Juliana Fukuyama

Certamente muita gente quer ter uma vida assim, especialmente quem vive em cidades movimentadas (e hoje em dia nem precisa pensar só na cidade de São Paulo) está sempre pensando em ter uma vida profissional e pessoal tranquila, sem precisar se deslocar para um escritório todos os dias, sem ter que enfrentar os enormes engarrafamentos de trânsito e os transportes públicos superlotados, pois só de pensar neles dá aquele calafrio…

Hoje isso já é possível pois graças a tecnologia um novo modelo de trabalho conhecido como Trabalho Remoto, tele-trabalho ou nômade está chegando a nossa realidade. O profissional precisa ter apenas com um notebook, um celular ou smartphone, e um disco rígido (HD) que funciona como um backup em sua própria casa. Trabalhando de qualquer lugar, na rua, no carro, avião ou hotel, ele pode acessar pessoas e desenvolver suas funções profissionais. Hoje é comum você encontrar pessoas assim em locais como cafés, livrarias, museus e até em aeroportos, acomodados em qualquer cantinho.

O que se busca acima de tudo é a qualidade de vida. A tecnologia ajuda a extinguir as barreiras geográficas trazidas pela globalização, e não tem mais importãncia o local onde se trabalha mas sim como se trabalha. Além de conhecimento e informação, o homem está preocupado com a sua qualidade de vida que é diretamente proporcional a qualidade de trabalho.

Claro que as coisas não são assim tão fáceis para se tornar um profissional remoto. Para que este sistema realmente funcione é necessário uma grande disciplina. As tarefas devem ser estabelecidas clara e definidamente, por parte da empresa e do profissional, e este, principalmente, deve assumir suas responsabilidades, limites, ter autodisciplina e organização, e procurar trazer resultados de qualidade.

Há os benefícios conseguidos por essa facilidade de poder desenvolver tarefas remotamente, mas vieram porque empresas e profissionais mudaram comportamento e atitudes. Ainda não é uma situação generalizada, adotada como prática comum no mercado. Se é que vai ser adotada definitivamente, porque pesquisas recentes revelam uma certa aversão a essa modalidade de trabalho remoto, por mais benefícios que ela possa trazer para todos.

O medo de perder espaço dentro da empresa, por exemplo, ainda leva muitos profissionais a se manterem no escritório físico, o que pode ser considerado um dos pontos negativos. Outro ponto negativo é que quando as empresas resolvem optar por ter seus funcionários de forma remota, sem precisar vir ao escritório todos os dias, apenas por uma questão de redução de custos, os resultados também são desastrosos. Certamente que ambas as partes devem ser preparadas o suficiente para juntas alcançarem um único objetivo, que é o aumento da produtividade, pois a redução de custos é apenas uma conseqüência.

Esse sistema de Trabalho Remoto é ainda um grande desafio, precisando de espaço na sociedade para que este tipo de vida nômade possa crescer, sem relacionar esse profissional a um profissional liberal. Há bons exemplos de grandes empresas que já adotaram o trabalho sem fronteiras e começaram a colher resultados. O importante é que tanto a empresa como o funcionário se sintam seguros quanto às suas funções e se preparem para este novo mundo profissional.

* Juliana Fukuyama é a coordenadora do grupo de orientadores profissionais do Dicas Profissionais