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Um cargo para chamar de seu

Posted: 24 de julho de 2014 às 8:27 am   /   by   /   comments (0)

 

Fernando Mantovani*

Independentemente do setor, formação ou nível hierárquico, a maioria dos profissionais tem um objetivo em mente: crescer. Evoluir na carreira, galgando posições e cargos, é uma grande meta para muitos e motiva o dia a dia de trabalho. Esse é um círculo virtuoso: é graças à necessidade de evolução que a humanidade trouxe inovações tecnológicas e criou o mundo que conhecemos hoje.

O problema é quando essa necessidade se torna uma ambição cega. Isso afeta desde estagiários que querem ser efetivados até diretores com longas carreiras que desejam chegar ao topo e se tornar CEOs. Todos buscam crescer e ter um cargo mais “alto”.

Apesar de se importarem muito com o título, alguns não refletem sobre o escopo de suas atividades ou seu verdadeiro impacto sobre a organização.

São muito comuns os casos na média gerência – ao mudar de emprego, muitos coordenadores querem se tornar gerentes, muitos gerentes querem se tornar diretores. Mas e os desafios de gestão? Há uma equipe para gerenciar? Qual a responsabilidade do profissional sobre os projetos da empresa? Quantos (e quais) projetos serão? Qual o grau de relacionamento com os principais executivos da companhia?

Essas são perguntas essenciais, que muitos não se fazem. Ao invés de tentar entender o verdadeiro círculo de poder onde estarão inseridos, a ambição os leva a querer apenas subir mais um degrau. Vemos, então, coordenadores se tornarem gerentes e trabalharem em um escopo mais limitado. Gerentes virarem diretores e terem muito menos contato com o CEO da empresa do que tinham no emprego anterior. Tudo por conta da necessidade de ter um cargo para chamar de seu.

O erro está em ter uma visão limitada ao buscar um novo desafio. Ao decidir mudar de emprego buscando ascensão profissional, é importante ter em mente que não se trata apenas de uma promoção formal. Existem muitas pequenas etapas a ser vencidas no caminho da liderança: gestão, relacionamento, posição estratégica, comunicação… E vale lembrar nenhuma dessas palavras consta no cartão de visitas.

*Fernando Mantovani é Diretor Gerente responsável pela operação da Robert Half no Brasil. Escreve para o Blog Sua Carreira, Sua Gestão da Exame.Abril onde este artigo foi publicado originalmente.