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Você precisa mesmo ser sempre um vencedor?

Posted: 23 de abril de 2012 às 5:29 pm   /   by   /   comments (0)

Nelson Fukuyama*

Muitos têm a ideia que em tudo temos que sair vencedores e que, portanto, nunca podemos perder. O ideal é que fosse assim, mas parece que não é bem assim que as coisas funcionam.

Muitas vezes confiamos que podemos vencer ou ter sucesso em determinada atividade porque temos uma retaguarda muito boa, estrutura muito forte para nos apoiar e assim não podemos acreditar que podemos sofrer uma derrota. Mesmo com estrutura forte podemos sofrer tropeços, dificuldades, e, porque não, derrotas.

Posso citar exemplos que vêm do esporte em que a gente pode dizer que estrutura, fama e esforço não são sinais de vitórias e sucessos constantes?

Falando de futebol, o que dizer do time espanhol que tem os considerados melhores jogadores do mundo e que perdeu o último jogo e agora vai ter que correr atrás do atual líder do seu campeonato? E o que dizer do time de São Paulo que estava invicto há algum tempo e, claro, seus torcedores bem que acreditavam que ele iria passar facilmente para a fase seguinte. O jogo foi no seu estádio, diante da sua torcida, o adversário nem parecia tão perigoso. Nada disso adiantou. Bastaram duas falhas do goleiro que terminaram em gols e pronto, lá se foi o sonho do campeonato. O outro time, carioca, investiu, e pesado, em jogadores de renome, mas foi eliminado. Aliás, já tinha sido eliminado pouco tempo antes da disputa de outro campeonato.

Falando de lutas marciais, quem assistiu à luta de disputa do título mundial de meio-pesados poderia dizer que para ele não existe adversário à altura, e que assim, ele poderia ganhar muito facilmente a luta, e que o combate não passaria do primeiro assalto, como se poderia prever. Nada disso. O adversário, ao contrário de outros anteriores, foi duro, e logo no inicio da luta deu alguns golpes que foram sentidos pelo campeão. Ele fez o que os desafiantes anteriores não fizeram, resistiu até o fim, e a luta só foi decidida por pontos, com o cinturão continuando em poder do atual “invencível” campeão.

Penso que esses dois exemplos dão bem uma ideia do que estou falando. Se a gente deposita muita confiança na nossa estrutura, qualquer que ela seja, podemos correr o risco de sofrer decepções.

No dia a dia das atividades profissionais as coisas não são diferentes. Muitas vezes estamos envolvidos com a comercialização ou desenvolvimento de um produto ou serviço, crendo que ele é o melhor do mundo, que a empresa tem e oferece toda a estrutura necessária para vencer todas as concorrências e obstáculos até que…em uma disputa com uma empresa que nem tem tanta estrutura, aparece uma primeira situação complicada que pode acabar com as suas pretensões.

Ou, durante a contratação de um profissional, podemos estar tão convencidos de que vamos conseguir trazê-lo porque a organização da qual somos colaboradores tem todas as condições e é até considerada uma das melhores empresas para se trabalhar, que nos desapontamos quando o candidato se decide por uma empresa de menor porte.

E, dentre tantas outras situações, posso lembrar uma que acaba afetando a parte mais dolorida da gente que pode ser o orgulho profissional. Muitas vezes estamos tão certos de que vamos conseguir aquela promoção tão desejada, porque pensamos que já mostramos todas as condições e aptidões necessárias para o cargo, que já passamos pela mesma situação anteriormente, até que a escolha é decidida…por outro colega de organização, ou até pela contratação de um profissional do mercado.

Portanto, não se abata nem se amargure com os momentos difíceis. É melhor entender que não é todo dia nem em todas as situações que a gente tem vitória. Se você conhece um pouco das histórias bíblicas, vai acabar entendendo que o rei Davi, tão exaltado pelas suas vitórias e sucesso, teve dias terríveis, e em determinados momentos teve que viver escondido para não ser morto pelos seus inimigos. Não que ele não merecesse a proteção divina, mas, porque ele tinha que passar pelo que passou.

Afinal, nada acontece, ainda que pareça sem explicação, na nossa vida sem a permissão de Deus.

* Nelson Fukuyama é Editor Chefe do portal DicasProfissionais e Diretor da Yama Educacional. Todas as suas matérias refletem as suas experiências profissionais presenciadas durante anos como consultor e executivo de empresas nacionais e multinacionais.

A reprodução total ou parcial é autorizada desde que citada a autoria e o portal Dicas Profissionais (www.dicasprofissionais.com.br).