Você tem certeza que escolheu a profissão certa?

Nelson Fukuyama*

Muitos jovens profissionais costumam escolher suas carreiras com base em exemplos vindos de parentes mais próximos, de pessoas conhecidas, pelo glamour que imaginam da profissão, pensando que fizeram a escolha certa. Assim, acabam ingressando em uma faculdade sem imaginar o lado “realidade” da profissão. Alguém pode cursar Medicina, por exemplo, e após alguns anos descobrir que não suporta ver sangue ou uma pessoa com qualquer tipo de trauma ortopédico. Ou, pode cursar Direito, e somente alguns anos mais tarde perceber que não tem a eloquência tão desejada para profissionais da área. Ou ainda, cursar uma faculdade de Administração e perceber que não tem o mínimo senso de organização de qualquer coisa.

A questão é como tratar essa descoberta tardia de que aquela carreira não era exatamente o que ele pretendia para sua vida profissional. Será que ele é obrigado a trabalhar em uma área que não atende aos seus anseios em termos profissionais só por causa de ter investido tanto tempo, esforço e dinheiro em uma carreira errada?

Há alternativas.

Primeiro, é possível continuar na própria área de graduação uma vez que em cada uma delas existem oportunidades de trabalho que podem exigir conhecimentos específicos. Quem se forma em Medicina e tem aversão a sangue e outros traumas pode se dedicar a uma área relacionada ou pode ser um administrador hospitalar por exemplo. Quem se forma em Direito pode buscar uma área de consultoria tributária em que a eloquência pode não ser um elemento diferencial.

Segundo, ele não precisa permanecer na área em que se graduou. Basta ver a quantidade de estudantes que buscam um diploma apenas para participar de um concurso público e assim se dedicar a uma carreira específica.

Eu mesmo conheço casos de alguns jovens que cursaram uma ótima faculdade de Física e pensando em podem desejar ganhar dinheiro mais rapidamente, preferiram dedicar-se à uma carreira dentro de uma empresa de consultoria ou instituição financeira, logo após a sua formatura.

Lembro bem de um caso de um estudante de Economia, que foi contratado pela nossa empresa de consultoria externa e depois de alguns meses se deu conta de que aquela não era exatamente a área que ele pretendia atuar e veio falar comigo, declarando-se bastante insatisfeito com o que estava fazendo. Na ocasião orientei esse profissional a buscar outra área onde ele pudesse aplicar mais os seus conhecimentos de sala de aula e assim ele deixou a empresa e pelo que eu soube se deu melhor em uma instituição financeira.

É importante considerar que uma vez que a escolha não foi feita corretamente, não há motivos para viver permanentemente frustrado com a carreira escolhida. Viver amargurado com a profissão traz insatisfação nas atividades diárias podendo provocar atritos e mau desempenho e consequentes problemas para as organizações. Sempre é tempo de mudar e acabar com a insatisfação que impera no mercado, vivida por quase mais da metade dos profissionais.

* Nelson Fukuyama é Editor Chefe do portal DicasProfissionais e Diretor da Yama Educacional. Todas as suas matérias refletem as suas experiências profissionais presenciadas durante anos como consultor e executivo de empresas nacionais e multinacionais. A reprodução total ou parcial é autorizada desde que citada a autoria e o portal Dicas Profissionais. (www.dicasprofissionais.com.br)