Você tem vontade de fracassar?

Passamos a vida tentando nos preparar e encontrar meios para obter sucesso, mas quantos de nós estamos preparados para lidar com nossa “vontade de fracassar” ou ao menos reconhecemos que ela existe?

Tentar reconhecer quais são os nossos próprios “sintomas do fracasso”, mesmo sabendo que assumi-los não é nada fácil, é um passo importante, já que acredito que tornar consciente um comportamento nos permite tomar as rédeas da situação. Afinal, todo comportamento é uma escolha e quando essa escolha é consciente, podemos modificá-la.

Em quantos momentos, você foi tolerante demais consigo mesmo e arrumou desculpas para alguns comportamentos seus? Estou falando sobre coisas corriqueiras como comer ou beber demais, fingir que está trabalhando (Para quem estamos fingindo? Para nosso “chefe” ou para nós mesmos?). Falo de passar horas demais navegando (ou seria divagando?) pela internet. De fazer compras demais, não ter controle do próprio dinheiro. Falo de dormir demais, ou qualquer outra atitude que faça com que seu tempo, seu corpo, seus resultados, de uma forma geral, deixem de ser as coisas mais importantes que você tem. Em resumo, falo sobre nos economizarmos.

Se fosse fácil identificar os sintomas da vontade de fracassar, assim como os de uma doença física, já teríamos um remédio para combatê-la. Acontece que a única evidência que temos para identificar em nós mesmos esses sintomas, é ouvindo uma resposta sincera para a pergunta: estamos agindo como protagonistas ou coadjuvantes da nossa própria história? Se a resposta que você tiver for que você anda passando despercebido pelo mundo porque anda muito ocupado “trabalhando” ou que “não tem tempo”, esse sintoma estará, provavelmente, identificado.

Os comportamentos mais frequentes que podem indicar que você está contaminado com o vírus da “vontade de fracassar” são observados a partir das nossas compulsões e por aquelas coisas que fazemos simplesmente porque fazemos, sem um propósito. Quando qualquer coisa – um trabalho, uma reunião, um curso, um acordar de madrugada – é realizado sem um propósito, significa muitas vezes que está sendo feito no “piloto automático” e quando esse piloto automático dirige por nós não chegamos aonde queremos ir. Queremos ir, geralmente, para onde estão nossos sonhos, mas na verdade acabamos não passamos nem perto.

O que podemos fazer para passarmos imediatamente para o banco do motorista e não deixar a “vontade de fracassar” seguir conosco de “carona”?

– Evite culpar os outros por aquilo que não acontece como você gostaria. Assuma a porcentagem de responsabilidade que diz respeito a você. Reconheça o que está errado e mude.

– Identifique seus objetivos. Determine o que quer alcançar na sua vida pessoal e profissional. Determine o “quando”, o “quanto” e o “como” e parta para a ação.

– Cuidado com atalhos, procurar sempre o caminho mais fácil pode “boicotar” seus objetivos principalmente quando esse comportamento se torna crônico e suas conquistas superficiais.

– Não negligencie pequenas coisas. Ao desvalorizar pequenas ações nos enganamos com o famoso “só hoje” não vai fazer diferença para depois acabarmos descobrirmos que fez sim, toda a diferença.

– Descubra qual é o seu sonho de vida. Muitas vezes abandonamos nossos sonhos por que a sociedade, a família e a necessidade nos impõe uma realidade diferente. É preciso resgatar qualquer sinal de realização pessoal dentro da profissão que você tem hoje e se perguntar com certa frequência se está no caminho certo. Mudar de caminho, de vez em quando, não significa necessariamente falta de persistência, mas sim que já aprendemos tudo o que tínhamos para aprender ali e estamos prontos para mudar e seguir por um caminho diferente e melhor.

Afinal, se economizar para que?

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Branca Barão www.brancabarao.com.br  Palestrante, Especialista em comportamento humano, criatividade e inovação e Colunista do portal Carreira&Sucesso onde este artigo foi publicado.
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